"Quem é a chata, afinal?" por Tatiane Ribeiro
(Em resposta ao texto de Mariliz Pereira Jorge, para a "maravilhosa" Folha de São Paulo)
Aí você lê um texto em que uma mulher afirma que," enquanto algumas reclamam dos homens e vão dormir sozinhas, outras são bem sucedidas na dança do acasalamento". A tal cidadã é tão, mas tão entendida do universo feminino que alega que as mulheres que se autointitulam independentes esperam demais dos homens. Sim, para ela, toda mulher busca um cara rico e fodão, mas ela não se importa em ser "a outra" e não deveria se importar se ele é machista (Ahn???). Como ela mesma afirma, ela foi "escolhida" por um cara, então talvez não entenda o direito que algumas mulheres se dão de não serem escolhidas, tal qual mercadoria na prateleira. Talvez ela não entenda as outras mulheres porque ela acha que todos os seres humanos são iguais e buscam as mesma coisas. Pobre coitada! Pensa que todo ser humano se satisfará com o fato de ter grana pra comprar bolsa cara e um(a) parceirx para cópula. De certo, errada estou eu, que julgo essa visão de felicidade um tanto quanto limitada. Provavelmente, esteja eu equivocada ao pensar que mulher, para ser independente, não precisa apenas bater no peito para dizer que se banca - embora isso seja sim importante para nós, não precisa abdicar a maternidade - querer ou não ser mãe não tem NADA a ver com depender de um homem. Moça, eu não quero um chinelo velho, nem meu pé está cansado. Quero um ser humano completo, de um caráter compatível com o meu, independente de suas posses ou de sua escolaridade. Eu não quero "sossegar o meu rabo em um relacionamento feliz"; quero meu "rabo" livre por quanto tempo eu desejar, Primeiro estou aprimorando o meu relacionamento feliz comigo mesma, só depois poderei me partilhar com alguém. É uma pena que algumas mulheres, escravas do modelo tradicional de família feliz, pensem que algumas de nós estão solteiras porque ninguém as escolheu. Sis, entenda: nós estamos solteiras porque nos faltaram motivos para que ingressássemos em uma relação com os homens que nos "escolheram". Nós não queremos ser escolhidas - nem escolher; Queremos que a coisa simplesmente aconteça, sem que a gente sinta pressa em ostentar para a sociedade um macho alfa a tira-colo. Os homens da minha vida me amaram justamente pela minha personalidade, pela minha independência e, se "eles não me salvaram de jantar Miojo para o resto da vida", é por dois motivos principais: 1. Eu sei cozinhar e, mesmo que não soubesse, não me incomodaria em comer Miojo todas as noites - eu adoro!; 2. Nós compreendemos que alguma peça do quebra-cabeça de um não se encaixava no jogo do outro. É simples. Nós, mulheres solteiras, não estamos fadadas a passar a vida nessa solidão que tanto te preocupa, mas também não morreríamos depressivas se fosse este o caso. Quando uma mulher é verdadeiramente independente, ela responsabiliza suas conquistas pessoais pela sua felicidade, e macho para cópula não é exatamente uma conquista. Me desculpe, moça, mas uma criatura que trabalhou para a Veja e é funcionária da Globosta, não me representa. Não envergonhe as sisters, menina!
Chata? Chata é a mulher que não apoia as sisters e ajuda a reforçar o machismo. Quanto aos homens que concordam com essa senhorita, não me toquem que eu não me dou com gente de mente pequena!
2 beijos
P.S.: Eu também tenho louça para lavar.
O texto não sofreu nenhuma alteração ao ser transportado para o blog.
27 de jun. de 2014
Confissões de uma Silhueta em Crise - Ruth Manus
Queria gostar mais de corrida que de trufa.
E me sentir mais confortável de biquíni que de burca.
Queria malhar glúteos 4 vezes por semana.
E detestar açaí com granola e banana.
Queria ter tempo pra trabalhar e ser sarada.
E não ficar cansada com dois lances de escada.
Queria acreditar no colágeno, na goji berry e na chia.
E bater meus recordes de corrida todo dia.
Queria controlar minha ingestão de carboidrato.
E preferir comprar lingerie a comprar sapato.
Queria ter cinco pares de Mizuno.
E não o desejo de comer algo inoportuno.
Queria discutir quanto eu pego no supino.
E não qual o melhor doce de leite argentino.
Queria ter um certo ar de Afrodite
E nunca ter comprado um gel anti celulite
Queria uma barriga que sentada não faz dobra.
E não aproveitar dormindo o pouco tempo que me sobra.
Queria me sentir em casa na academia.
E colocar legging e top em manhãs frias.
Queria que minha dieta não fosse cheia de deslizes
E nunca ter cogitado um certo medo de varizes
Queria não me culpar por cada lata de cerveja
E me enxergar tão linda quanto o homem que me beija
Queria minha bolsa cheia de barras de proteína.
E tolerar sucralose, aspartame e sacarina.
Queria uma pele firme, livre de qualquer flacidez.
E ter mais medo de bunda caída do que de estupidez.
Ruth Manus
Facebook: Ruth Manus
21 de jun. de 2014
Não - Lady Viana
Não
Lady Viana
Que é que houve, meu Deus
Que passa com essa saudade?
Permita-me dizer:
Essa loucura é maldade.
Há muito havia esquecido
O que outrora me atingira...
Hoje em dia, no entanto
Sinto-me...
Foragida.
Que farei eu para esquecer
Esse sentimento de maldição.
Devo voltar a senti-lo?
Hmm... Não.
20 de jun. de 2014
Benevolência - Lady Viana
Benevolência
Lady Viana
Sim, eu saberei
Quando te sentires
Insubstituível.
Sei que estarei
Onde precisares,
onde for
Imprescindível.
Sei que errei
Quando me tornei
Indivisível.
Insensível.
Impossível.
Terrível.
Notei
Que me quebrei
Em pequenas partes.
Vê?
Passei a ver
[me]
Como um traste.
Trata [me]
Com desgaste
Arrasta
[me]
Por toda parte.
Tornei-me um peso
Para tua consciência
Agradeço a
[tua]
Paciência
Perdoa-me pela
Obsolescência
Então...
Compreenda a minha
transparência.
Vejo agora tua
prudência
E clemência.
Arrependo [me] agora
da minha
Inocência.
Paciência...
Ah, a tua sapiência.
E, no entanto, a
minha
Ausência...
Do outro lado, tua
benevolência!
Paciência...
Paciência...
Viver - Lady Viana
Digo por ela...
Na vida há, de fato
Coisa mais bela.
Fácil é viver
E o dia é suportável.
Só se torna difícil à noite;
À noite é lamentável.
Para não sofrer muito
Não penso muito
Nem digo muito.
Assim, o momento será único.
Inútil...
Com o tempo, o tempo passa.
É só viver cada segundo.
Triste é, no entanto, viver sozinho e,
Lentamente, morrer a cada minuto.
Lady Viana
6 de jun. de 2014
Lei da Palmada - Segundo Round
O Utopia já fez um post sobre a Lei da Palmada. A polêmica foi grande.
Agora que ela foi aprovada, aliás, sob o nome "Lei Menino Bernardo", a polêmica em redes sociais e círculos de pessoas está maior.
O Utopia comemora essa vitória, apesar de se entristecer por se fazer necessária a criação de uma nova lei redundante - o artigo 5º da Constituição Federal já ampara qualquer cidadão. Aliás, a criação de uma lei que considera crime descriminação de pessoas com Aids é outra redundância. Nesse mesmo artigo da Constituição há a "garantia" de igualdade e não-descriminação para todos. Mas isso é outra história.
Gostaríamos de esclarecer, para muitos cidadãos frustrados, que essa lei não quer interferir no que é chamado de "Modo de criar o meu filho", como tem explodido no facebook. O objetivo dela é proteger, e vamos enfatizar
Proteger as crianças que sofrem violência diária. Alguns pais revoltados estão lutando bravamente contra essa lei, mas ela visa assegurar os direitos contidos no ECA que garantem um ambiente seguro para viver.
Como o número de pessoas reclamantes está grande, gostaria de contar uma coisa que, aparentemente, não é assunto recorrente - acredito que esses pais não tenham conhecimento disso. Não julguemos, mostrarei aqui o que acontece em lares desestruturados para que tais senhores pais saibam também, afinal, eles acreditam fielmente que o governo lhes quer ditar regras.
Comecemos.
Esse documentário da Rede Record, de 2008(o vídeo é uma prévia do documentário completo), mostra um pouquinho do que é diário para muitas crianças e adolescentes no Brasil - e no mundo afora - e utiliza-se do cinismo para deixar claro que "os primitivos", e é claro que, ao dizer isso, o jornalista estava sendo bastante irônico, tratam suas crianças com mais respeito que os "civilizados" povos modernos. *Fatos comprovados, não especulações.
Para finalizar, eu poderia dizer quinhentas palavras, mas nenhuma delas diria tão bem quanto esse documentário do Fantástico exibido em 2013.
*pelo menos no caso dos grupos selecionados.
Agora que ela foi aprovada, aliás, sob o nome "Lei Menino Bernardo", a polêmica em redes sociais e círculos de pessoas está maior.
O Utopia comemora essa vitória, apesar de se entristecer por se fazer necessária a criação de uma nova lei redundante - o artigo 5º da Constituição Federal já ampara qualquer cidadão. Aliás, a criação de uma lei que considera crime descriminação de pessoas com Aids é outra redundância. Nesse mesmo artigo da Constituição há a "garantia" de igualdade e não-descriminação para todos. Mas isso é outra história.
Gostaríamos de esclarecer, para muitos cidadãos frustrados, que essa lei não quer interferir no que é chamado de "Modo de criar o meu filho", como tem explodido no facebook. O objetivo dela é proteger, e vamos enfatizar
Proteger as crianças que sofrem violência diária. Alguns pais revoltados estão lutando bravamente contra essa lei, mas ela visa assegurar os direitos contidos no ECA que garantem um ambiente seguro para viver.
Como o número de pessoas reclamantes está grande, gostaria de contar uma coisa que, aparentemente, não é assunto recorrente - acredito que esses pais não tenham conhecimento disso. Não julguemos, mostrarei aqui o que acontece em lares desestruturados para que tais senhores pais saibam também, afinal, eles acreditam fielmente que o governo lhes quer ditar regras.
Comecemos.
Esse documentário da Rede Record, de 2008(o vídeo é uma prévia do documentário completo), mostra um pouquinho do que é diário para muitas crianças e adolescentes no Brasil - e no mundo afora - e utiliza-se do cinismo para deixar claro que "os primitivos", e é claro que, ao dizer isso, o jornalista estava sendo bastante irônico, tratam suas crianças com mais respeito que os "civilizados" povos modernos. *Fatos comprovados, não especulações.
Para finalizar, eu poderia dizer quinhentas palavras, mas nenhuma delas diria tão bem quanto esse documentário do Fantástico exibido em 2013.
*pelo menos no caso dos grupos selecionados.
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