23 de nov. de 2010

Espelho D'água





Por Rodrigo Q.   (Spectrum Gothic)




Espelho D'água
 
Gosto de ti, se me procuras à noite
Quando estou só, não ouço a voz, não vejo as cores
Posso sentir, sua presença em minha alma,
Se vens até mim, e a vejo num espelho d'água
Não posso tocá-la, por que está além dos olhos meus
Na madrugada somos três... a tristeza, a solidão e eu...
Se estás aqui, e adormeço em teus acalantos,
Não temo o Sol, não temo a luz nem seus quebrantos
Se tu me acolhes, já me inundo de desejos
Óh! Fada nua... Óh! Luz sombria do meu espelho
Quem dera... Se fosses a rosa branca dos meus vícios
A fumaça nos pulmões... o escudo, a espada e o espírito...
Eu vejo vozes e ouço vultos,
Eu fumo um cigarro e corto meus pulsos
Um corpo caído, um sonho do avesso
Duas taças de vinho, sangue e cianeto
Já não luto contra o luto, não amputo meus impulsos
Desmaio ao devaneio no meu leito moribundo
Noturno... soturno, na dor e na saudade
Nas flores do sepulcro até que a vida nos separe
A lágrima no rosto é mágoa
A lágrima no chão é um espelho d’água...

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