10 de dez. de 2013

 Há vezes em que...
 Há vezes...
 Há vezes em que não estamos prontos.
 Há vezes que, bem no fundo, bem longe internamente do corpo humano, uma doença se instala.
 Súbita e sem misericórdia, mata-te aos poucos - mas não em emoções, não. Essa mata o órgão, o estômago, o pulmão, o coração e o cérebro. Depois vem a pele, os dentes e o cabelo.
 Nada direi sobre os olhos; são imutáveis por um ano. Passado isso, mudam-se pouco. Por vezes ganham brilho, por outras secam-se...e opacos...
 Mas, voltemos ao arrependimento. Não é de ontem ou de hoje que existe a autopiedade; automassacre; autosuicídio, como se isso já não fosse redundante. Explico: quando mata-te por uma janela ou um revólver, eis o suicídio. Quando cometes um erro, e por menor que seja, mata-te o arrependimento, ah!.. eis o autosuicídio.
 Se não houvesse dito, se não houvesse feito, se... 
 Agora, há vezes que mente-se para si. Maior mentira. Autosuicídio. E que dor é essa! É tão estranha que quase traz felicidade. É tão irrevogável que sempre precisa-se de mais. É tão insaciável, sempre tão faminta, viciante. Perturbadora.
 Quando tentas confiar nas tuas próprias palavras, mas enojeia-te a ti mesmo para olhar no espelho. Quando teu ódio por ti é tamanho, que te impede de amar - o teu próprio eu! Não conseguir acreditar no que diz, tuas próprias palavras! E de olhar no céu escuro e temer a morte - não pelo que perderá, e sim do que está por vir.


Lady Viana



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