Penumbra
Transpiro saudade pelos ossos
A face pálida, por vez rubra
Denuncia a penumbra
E o sofrimento nos meus olhos
Por que não cala-te
E adormece nesse peito?
Ó! Espectru de luz...
Carrasco do meu silêncio
Leva! Afasta de mim
Os vestígios dessa lembrança
De quem chora pela ausência
E teme pela distância
Porque minha alma
Não surporta tanta angústia
Porque meu lamento
Aos teus ouvidos é música
E aqui neste claustro
Prisioneiro de mim mesmo
Me desfaço com o medo
Enlouqueço... Adormeço...
Por que tu és fogo que não arde
És paisagem fria e morta
És saudade que me invade
Destrói... Devora...
Não lembro quantos sorrisos
Cabiam em meu rosto
Tanto ardor! E quanto desejo!
Mas tu levaste todos...
Se Deus soubesse
Da minha existência
Não iria permitir
Tuas ofensas...
Por que me torturas
E não me condena?
Por que não me abandona
E me deixa morrer de tristeza?
Meu corpo é meu templo
É o resto em ruínas
É esquife do espírito
Que renuncia à vida...
Tu és a voz profana
Que ecoa em meus ouvidos
É a noite, é meu drama
Meu ritual de suicídio
Transpiro saudade pelos ossos
A face pálida, por vez rubra
Denuncia a penumbra
Cara,não sou a fim de poema,mas esse está da hora!
ResponderExcluirMaravilhoso poema.
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