" Selos e cartões no piano. Vidro
do vaso no chão. As flores estão secas. A água manchou o carpete. A cortina
rasgou. Janela estava aberta. Bateu e fechou. As notas estão desafinadas. Há
ratos no porão. Uma das velas apagou. As outras estão derretidas. O frio entrou
pela porta da frente. O tapete está dobrado. A madeira está carcomida. O tabaco
acabou. O ópio também. Há ócio, porém.
O
brioche apodreceu. O queijo está no ponto. O vinho fermentou. A rolha caiu no
chão. Rolou. Passou pela mesa. Passou pela cadeira. Passou pelas escadas. Parou
na parede. A taça suja ao chão. Ainda inteira, possui rachaduras.
A
janela da cozinha, parcialmente aberta. Parcialmente consertada. Parcialmente
de madeira. Sem vidro. Sem cacos. Sem pedaços. A parede, com frestas. A pia
entupida. A pia encardida. Também carcomida. Pedra partida.
Sa...pa...ti...nhos
no chão. Cabem na minha mão. O caminho com pegadas. A trilha está errada. A
cadeira pregada ao chão. Pequena decepção. Sa-pa-tinhos. Na minha mão.
Há
um bonnet rasgado no mancebo. Outrora tratado com zelo. Caixas com sebo.
Janelas fechadas. Há medo!...
A
noite já foi embora, acalme-se agora. A luz do dia está por vir...
Pode
dormir."
Lady Viana
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