21 de ago. de 2020

Confissões de uma silhueta em crise - Ruth Manus

Queria gostar mais de corrida que de trufa.
E me sentir mais confortável de biquíni que de burca.
Queria malhar glúteos 4 vezes por semana.
E detestar açaí com granola e banana.
Queria ter tempo pra trabalhar e ser sarada.
E não ficar cansada com dois lances de escada.
Queria acreditar no colágeno, na goji berry e na chia.
E bater meus recordes de corrida todo dia.
Queria controlar minha ingestão de carboidrato.
E preferir comprar lingerie a comprar sapato.
Queria ter cinco pares de Mizuno.
E não o desejo de comer algo inoportuno.
Queria discutir quanto eu pego no supino.
E não qual o melhor doce de leite argentino.
Queria ter um certo ar de Afrodite
E nunca ter comprado um gel anti celulite
Queria uma barriga que sentada não faz dobra.
E não aproveitar dormindo o pouco tempo que me sobra.
Queria me sentir em casa na academia.
E colocar legging e top em manhãs frias.
Queria que minha dieta não fosse cheia de deslizes
E nunca ter cogitado um certo medo de varizes
Queria não me culpar por cada lata de cerveja
E me enxergar tão linda quanto o homem que me beija
Queria minha bolsa cheia de barras de proteína.
E tolerar sucralose, aspartame e sacarina.
Queria uma pele firme, livre de qualquer flacidez.
E ter mais medo de bunda caída do que de estupidez.

 

Resenha do livro Para sempre, meu amor, de Ane Braga

 Um dos meus romances favoritos, Para sempre meu Amor  da autora Ane Braga, tem suspense, intriga, mistério, humor e definitivamente, muita pimenta...rsrsrs

O livro conta a história (é com H mesmo, pois a parada é real) de dois casais super Hots: Regiane e Marcus; Liz e Sandro.

Regiane é uma moça  tímida de Ibitinga, cidade do interior de São Paulo, que tem um segredo de família. Ela sai de sua cidade e vai para a capital, arranja um emprego na empresa de Marcos e os dois acabam, digamos, conhecendo-se melhor.

Só que os rolos em que Regiane entra, leva Marcos a acreditar que a moça é na verdade uma espiã industrial-tecnológica do mal.

Coincidência ou não, Regiane acaba fazendo amizade com Liz, que é irmã de Marcos.

Liz é médica, trabalha com crianças com câncer e também é cientista. Foi noiva de Sandro, um cara do tipo AI MEU DEUS, dono de uma empresa de segurança tecnológica , mas o noivado acabou não dando certo, por que o garotão se esqueceu de dizer que já era noivo.

Liz some do mapa e Sandro fica procurando por ela por uma década - literalmente - sem saber que ela esteve o tempo todo bem pertinho dele.

A história vai crescendo e outros fatos e personagens vão entrando em cena de forma bem cadenciada.

O livro é muito gostoso de ler, a diagramação está perfeita, a fonte é bem agradável  e, embora tenha por volta de  200 páginas, você lê em menos de duas horas e fica querendo a continuação.

Comprei meu exemplar pela Amazon e depois descobri em outras lojas, por um preço bem menor.

Não sei o motivo da diferença de preços, mas vou deixar os links para quem quiser conhecer.


Para sempre, meu amor na Amazon : R$ 61,00

Para sempre, meu amor no Clube de Autores: R$ 35,76

Para sempre, meu amor na AgBook: 35,76

Para sempre, meu amor no Mercado Livre: R$ 25,00


O livro super vale a pena e para quem quiser conhecer um pouco dessa autora luso-árabe, ela tem uma página com vários textos de alto nível, inclusive para os pequenos, no Recanto das Letras .

Eu fico por aqui e sempre que tiver novidades, voltarei 😎




10 de dez. de 2015

2 de ago. de 2015

Voar

 Louis Faurer

O vento na sacada.
O vento na sacada.
Abre a janela, e o vento na sacada bate. O vento bate, mas o ar é pouco.
É preciso respirar.
—Preciso respirar.

Não quero toques, nem proximidade. Só quero liberdade de espaço, flutuar e planar, sem sair do lugar. Já me acostumei com a ideia, já estou aprendendo a aceitar. Só estou... aprendendo a aceitar. E vai demorar, mas Ó Deus, como queria parar de sonhar. Os sonhos e esperanças são os mais terríveis, são ilusões iludidas e quanto mais esperança há, menos esperança tenho. Ó Deus, só queria deixar de sentir. De sonhar.

Cansaço do espaço, um desejo de momento no espaço vácuo, cubo aberto, cubo vazio. Um espaço sem espaço, sem toques, nem proximidade. Só planar, só flutuar, sem toques e retoques. Uma reflexão. Mas é preciso ser sagrada, segura e no templo que é o próprio corpo. Sozinho, um momento de reflexão. Sem medo do entorno, sem medo de contato. O mundo externo machuca, é cruel. Dá sede. Muita sede.

—Eu só preciso respirar.
O ar não chega aos pulmões. E o medo do futuro, é o medo do desconhecido, medo do esperar, medo da ansiedade, e a falta de ar... Preciso respirar.
Um momento de reflexão para desejar sem limites.
—O que mais quero é....
No momento voar um pouco. Depois, um frio aconchegante. Uma organização metódica. Um cabelo preso. Um momento sem temer. Um momento sem se arrepender. Sem se lamentar, ou temer precisar fazê-lo. Um momento certo, de coisas certas, feitas corretamente. Um momento de certeza de estar na estrada correta, e um momento de certeza de que há motivo para tal.
Mas não há vento na sacada.
Sequer há uma sacada.
Sequer posso voar.



Lady Viana

24 de jul. de 2015

Feminista? (por Carol Rezende)

Excelente texto por Carol Rezende do blog Five Clothes sobre o movimento feminista no dia-a-dia.




***



Feminista?



Sim, sim, sim e outras dez mil vezes sim. Esse assunto tem me incomodado muito ultimamente e eu preciso falar.
Sou feminista sim, e não (!) odeio os homens, afinal eu tenho um pai maravilhoso, um irmão, amigos e um namorado. Não quero extirpar o sexo masculino da face da terra nem fazer dos moços meus escravos, tá claro agora? Ok.
Eu sou feminista porque o feminismo me liberta.
Porque eu tenho o direito de colocar a roupa que eu quiser, passar ou não a maquiagem que eu quiser. Porque eu não sou o sexo frágil  nem a donzela em perigo e eu não precisaria de proteção se todos entendessem que o meu corpo é unica e exclusivamente meu e eu faço dele o que eu bem entender.
Eu sou feminista porque não quero ser julgada menos capaz e menos inteligente, mais fraca, ou um objeto, só por ter nascido mulher. Porque quero trabalhar e ganhar o merecido, não menos por que pode ser que algum dia eu saia de licença maternidade. Sou feminista porque não aceito ordem de marmanjo nenhum e nem vou.
Porque to cansada de ter que colocar um shorts por baixo da saia quando ando de metrô. Não sou maluca que não gosta de elogio. Gosto sim! Mas de elogio que é elogio de verdade.
Quando elogiam um bom trabalho, meu esforço, eu aceito sim e muito feliz,mas não sou obrigada a aceitar um “gostooooosa” de um desconhecido.Não passo a mão no corpo de ninguém, e não quero que passem no meu. 
Sou feminista porque eu posso pagar a minha própria conta, e pago. Pago a de quem precisar que eu pague também, e se eu precisar que paguem pra mim, eu deixo pagarem.
Sou feminista porque não é xingamento chamar alguém de mulherzinha, porque homem que é homem chora sim se sentir vontade. Porque ele pode querer desistir do trabalho e cuidar dos filhos e ela também, mas não precisa.
Porque eu quero ter o direito de escolher se quero casar, se quero ter filhos. Porque eu não quero mais preconceitos e padrões de conduta determinados, porque eu quero ter o controle da minha própria vida.
Sou feminista por todas as outras centenas de injustiças que o machismo provoca e que não citei aqui, por todas as mulheres que sofrem violência, seja ela física ou moral, por todas as meninas que se sentem mal por não serem ou por não quererem ser o que todos esperam delas.
Sou feminista porque as mulheres são livres e elas tem que saber disso.
Não é meu sexo que coloca minhas limitações, nem a de mulher nenhuma. Não é um cara, nem o peso de uma sociedade toda que vai me fazer ficar quieta e aceitar tudo isso.
Eu tenho capacidade de fazer minhas escolhas, tenho direito a liberdade. 
Tá na hora de vocês aceitarem isso.